As fronteiras entre o saber orgânico e sintético, um olhar quilombola para a economia

As fronteiras entre o saber orgânico e sintético, um olhar quilombola para a economia

Criando juntas e juntos em uma roda de conversa com Antônio Bispo

“Que da academia saiam doutores em humanidades e em vida, não em sinteticidade.”

“Estamos sempre buscando o extraordinário, estamos deixando de fazer o óbvio.”

-Antônio Bispo

Em um momento esfacelado por tantas crises, muito tem sido explorado como alternativa a partir de novos olhares para a economia. Em meio a debates sobre ESG, economia circular e economia regenerativa, Antônio Bispo nos convida a entender a economia a partir do modo de vida quilombola.

Em sua fala, Bispo ressalta um saber orgânico, que diz respeito a ser, criar, confluir; em contraste a um saber sintético, que envolve fragmentação e posse – e que nos faz doentes, separados. Vivemos em uma sociedade dominada pelo sintético, mesmo em um mundo que só é possível a partir do orgânico.

Nesta roda de conversa, criaremos coletivamente a partir de perguntas vivas e críticas sobre a economia atual, explorando alternativas criativas e resolutivas que estão vivas e fortes no modo de vida quilombola e na experiência de Antônio Bispo. Nas palavras de Bispo, ‘fronteira é lugar de diálogo’.

No dia seguinte à roda de conversa com Antônio Bispo, Bia Tadema e Gui Lito (professores da Escola Schumacher Brasil) anfitriarão uma sessão para fazer sentido das reflexões e perguntas que seguem vivas após o primeiro dia de encontro.

Para que a troca possa alcançar uma maior profundidade durante as sessões, pedimos aos participantes que leiam alguns dos conteúdos escritos por Antônio Bispo, disponíveis aqui.

Quando: dias 15 e 16 setembro (15.set com Antônio Bispo + 16.set com Beatriz Tadema e Guilherme Lito)
Horário: das 19h00 às 20h30 (horário de Brasília)
Formato: online, via Zoom
Valor: Temos três possibilidades de contribuição e algumas vagas com bolsa parcial.
-R$70: valor mínimo para participação, que nos permite cobrir os custos de realização do encontro
-R$90: cobre custos de realização do encontro, suporta a viabilização de bolsas e remuneração dos facilitadores e professores
-R$110: cobre custos de realização do curso, suporta a viabilização de bolsas e remuneração dos facilitadores e professores
-R$40: Ingresso social, para aqueles que não possam cobrir os custos mínimos de participação no encontro.

Incrições pelo link

*O encontro terá um mínimo de 35 e máximo de 65 participantes.*

Sobre Antônio Bispo: é lavrador, formado por mestras e mestres de ofícios, morador do Quilombo Saco-Curtume, localizado no município de São João do Piauí. Ativista político e militante de grande expressão no movimento social quilombola e nos movimentos de luta pela terra, atua na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ). Faz parte da primeira geração da família de sua mãe que teve acesso à alfabetização. Sua fala traduz uma visão de mundo forte e independente, ao mesmo tempo que impulsiona para novas formas de perceber o mundo e viver nele.

Sobre Guilherme Lito: Graduado em engenharia de produção na PUC-RJ, empreendeu na LUZ.vc e Brownie do Luiz, com papéis ligados a RH e Sustentabilidade. Sua motivação era e é dissolver aparentes paradoxos, por ex: como indivíduos e organizações podem atuar de maneira a prosperarem e caberem dentro dos limites do planeta ao mesmo tempo? Como integrar eficiência do negócio com uma cultura humana? Há quatro anos mudou-se para o interior e segue apoiando pessoas e organizações a responderem de forma regenerativa a seus contextos. Hoje participa como consultor/educador em organizações como Escola Schumacher Brasil, Perestroika e Coco Legal.

Sobre Beatriz Tadema: mestre em Economia para Transição pelo Schumacher College (Inglaterra), Beatriz trabalhou como facilitadora junto aos mestrados de Ciências Holísticas e Economia para Transição; e está hoje à frente dos movimentos da Escola Schumacher Brasil. Atua como professora, facilitadora e consultora, levando as temáticas e o ethos Schumacher também a organizações de diferentes formatos e contextos. Desde 2019 integra a Schumacher Worldwide Research in Action Community como pesquisadora.